sábado, 30 de maio de 2020

Patinhas

A história do Tio Patinhas, criação extraordinária de Carl Barks, inspirada na personagem de Dickens, Ebenezer Scrooge, foi contada como ninguém por Don Rosa. Agora os estúdios italianos oferecem as origens da fortuna do “Zio Paperone” relatadas por ele mesmo. Reunido com a família na quinta da Vovó Donalda, Patinhas conta a história de cada um dos seus milhões, esses que os Metralhas desesperam por deitar a mão, a salvo na famosa caixa-forte de Patópolis… Todos os Milhões do Tio Patinhas, texto de Fausto Vitaliano e desenhos Paolo Mottura, Stefano Intini, Giampaolo Soldati, Paolo De Lorenzi, Giuseppe Della Santa, Lorenzo Pastrovicchio e Marco Palazzi. por vários artistas, editado entre nós em 2015, pela Goody, conhece agora uma nova edição da Panini, em português do Brasil.


domingo, 24 de maio de 2020

«O Covil de Wolf Barker»

Mickey é fruto de um desaire. O estúdio de animação de Walt Disney (1901-1966) produzia, desde 1927, para a Universal, os desenhos animados do Coelho Osvaldo. Um diferendo fez com que Walt perdesse os direitos sobre a personagem, que foi entregue a Walter Lantz (1899-1994), o futuro criador de Woody Woodpecker (o Pica-Pau).
Ub Iwerks (1901-1971), que estivera também na criação do coelho, dá o lápis a um rato imaginado por Disney, estreando-se em 1928 nos cinemas com a curta-metragem Plane Crazy. Um sucesso retumbante teria de levar Mickey aos comics, tal como sucedera já com outro clássico, o Gato Félix – criado em 1919 por Pat Sullivan e Otto Messmer –, então mais célebre. Tanto, que Monteiro Lobato fá-lo aparecer numa história do Sitio do Pica-Pau Amarelo, em 1928, e, no ano seguinte, Almada Negreiros executa um baixo-relevo que hoje pode ser visto no Centro de Arte Manuel de Brito, em Algés.
Desafiados pela King Features Syndicate, os criadores asseguram as primeiras tiras, mas cedo passam a tarefa a Floyd Gottfredson (1905-1986). Com ele, Mickey transforma progressivamente uma personagem cómica num carácter melhor delineado, herói íntegro cuja idealização já foi observado dever-se a uma ética mormon, religião professada por Floyd. Este não apenas marcou a indelevelmente a série, na qual trabalhou 45 anos, como criou algumas personagens marcantes: Chiquinho e Francisquinho, Esquálidus, o Prof. Gavião e, maxime, o Mancha Negra, entre outros.
O livro de hoje traz-nos três histórias: O Covil de Wolf Barker (1933) é a primeira narrativa de largo fôlego deste rato boa-praça, em co-autoria, no argumento, de Ted Osborne (1900-1968). Ausente no estrangeiro, Mortimer, tio de Minnie, pede a Mickey que tome conta do seu rancho no Oeste, onde cria cabeças de gado. O convite é acolhido com entusiasmo pelo casal de ratos e seus amigos: Horácio e Clarabela, a que se junta o Pateta, ainda muito incipiente e secundário, pois fora criado no ano anterior, ainda sem direito ao nome original, Goofy, mas a um igualmente cómico “Dippy Dawg”, um e outro salientando o carácter trapalhão desta personagem, futuro super-herói de capa e pijama, graças a uns super-amendoins... História movimentada, em que Mickey tem de haver-se com um ladrão de gado, o desenho é muito tributário das figuras arredondadas dos filmes de animação; um prazer retro, nomeadamente os muitos cavalos caprichosos desta coboiada...
Entremeado por uma curta história de uma página, segue-se Os Sobrinhos do Mickey, de 1932, sucessão de gags de cortar a respiração, em que Chiquinho e Francisquinho estão longe de ter o carácter atilado que viríamos a conhecer. Uma nota curiosa: a arte-final foi feita por Al Taliaferro (1905-1969), que cinco anos mais tarde, com Ted Osborne, irá criar os sobrinhos do Donald, inspirando-se nestes de Mickey. E serão os do pato, e não os do rato, que ganharão o epíteto de sobrinhos por antonomásia...

Mickey – O Covil de Wolf Barker
textos: Floyd Gottfredson e Ted Osborne
desenhos: Floyd Gottfredson
edição: Abril Morumbi, Algés, 1990
«Leitor de BD», jornal i

sábado, 23 de maio de 2020

western de saias

Se O Covil de Wolf Barker é um western em que o outrora mal chamado “sexo fraco” está no seu lugar e é alvo de serenatas ou raptos, neste Hippolyte, álbum assinado por duas mulheres, Clotilde Bruneau (texto) e Carole Chaland (desenhos), a coisa fia muito mais fino. Numa cidadezinha perdida no deserto do Arizona, em 1872, vivem 27 pessoas todas elas mulheres e, literalmente mulheres de armas. O segredo da sua sobrevivência reside na união, só assim podem fazer face aos desperados e outros indesejáveis que passam rente à porta. Desta vez foi um abelhudo, um jornalista que terá o que contar. Terá? Uma recriação do mito das amazonas, edição Glénat / Vents d'Ouest.


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Zola

O autor de Germinal é um gigante do romance oitocentista. Como seria de esperar, obra imensa e figura apaixonante – Polanski lembrou em J'Accuse (2019) o heroísmo do escritor, que arriscou a pele em nome da decência humana. Um corpus literário que tem fornecido o audiovisual e também a BD. Ainda no ano passado L'Affaire Zola, um biografia por Chapuzet, Gravé e Girard (Glénat); já este ano, dois romances conheceram adaptação: Pot-Bouille , ou a história de um arrivista, por Éric Staine e Cédric Simon (Les Arènes) e Au Bonheur des Dames (o microcosmos dos grandes armazéns de moda e lar na apoteose da burguesia), por Agnès Maupré, que a Casterman lançará em Junho.


sexta-feira, 15 de maio de 2020

problemas de consciência

O pior que pode fazer-se a alguém não é necessariamente matá-lo. Podemos infernizar a vida de uma pessoa de tal modo – humilhando, coagindo, torturando, violando – e podemos infligir danos psicológicos de tal forma violentos que a morte não será mais do que uma libertação. No entanto, como qualquer bicho, o ser humano, maioritariamente, recusa-se a morrer e dispõe- se a qualquer barganha para obviar o o enfrentamento do nada que adivinha ou teme.

Desde sempre – das sociedades tribais às democracias ocidentais – houve indivíduos a eliminar, em nome dum bem maior, a coberto da tranquilizadora noção da “razão de estado”. Há momentos em que tal é necessário para salvaguarda de um bem maior, como o é a tranquilidade dos cidadãos, que não precisam de saber todo o mal que os ameaça, sob pena de pânico e colapso generalizados. Para isso existe o submundo dos serviços secretos com as suas conexões, onde polpa o assassino a soldo, recrutado para execuções cirúrgicas à margem da lei, também para não perturbar a boa consciência cívica do cidadão. Uma consciência relativa, é certo, que não se priva do seu móvel de madeiras exóticas da Amazónia, do creme para barrar à base de óleo de palma, mesmo quando os orangotangos são tão fofos, e muito menos do telemóvel ou smartphone, cujo cobalto é extraído por crianças escravizadas pelos senhores da guerra na África Central.

Estas reflexões, embora nalguns casos partilháveis, não são deste leitor, mas de Denis (acreditemos que assim se chama...), o anti-herói solitário, sem escrúpulos ou problemas de consciência, mas que, contudo, se interroga – para justificar-se e consolar-se com a ideia de que afinal ele não é assim tão diferente do comum dos cidadãos. Os longos monólogos que caracterizam a personagem são dados com grande mestria por Matz (nom de plume bd do escritor Alexis Nolent) e disposto na prancha, com comprovada eficácia, por Luc Jacamon, os criadores da série, em 1998. O grande problema: este patife torna-se-nos por vezes simpático...

Com uma extensa folha de serviços, na Europa e América do Sul, O Assassino encontra-se, neste álbum número 14, numa cidade portuária francesa, em que um assessor municipal trabalha para o suposto bem do seu concelho, de dia, e controla o tráfico de cocaína de noite, com um à vontade que faz suspeitar que outras forças mais poderosas o sustêm. O homem não ganhou apenas poder; com uma rede alargada de contactos, nem a polícia ou os tribunais o vêem; a impunidade é um facto, o que é inaceitável para o... estado de direito. Há quatro meses que o assassino tem por disfarce um emprego numa grande companhia da região, a fazer contas e mapas Excel. Discreto, talvez demasiado, sem vida social conhecida, ideal para um assassino profissional a soldo do Estado, por portas travessas. Talvez demasiado discreto; felizmente a coordenadora dos Recursos Humanos está ali à mão...

Personagem estranha, fisicamente pouco expressiva, este assassino tornou-se uma personagem de referência.



Le Tueur – Affaires d’État. T. I Traitement Négatif

texto: Matz

desenhos: Jacamon

edição: Casterman, Tournai, 2020


quinta-feira, 14 de maio de 2020

os pássaros não olham para trás

Se há assassinos profissionais por conta dos estados, justamente execrados, há também os outros, indecentemente engravatados, que oprimem os povos e lhes levam a guerra. Uns, pela chamada razão de estado, fazem uma terraplanagem em territórios hostis, como sucedeu com os russos na Tchetchénia; outros, quando não há razão nenhuma, inventam-na, e aqui o cadastro dos americanos é imbatível. E há as guerras mais ou menos “civis”, instigadas de fora, como é o caso dramático da Síria.
Não se apagará da memória deste leitor de BD a imagem, emitida por um telejornal, de uma menina dos seus 10 ou 11 anos, num mercado de Damasco, a mão dada à mãe, estremecendo de cada vez que, ao longe, explodia uma carga lançada por um obus. As crianças são as principais vítimas da guerra, continuam a sê-lo neste momento nos campos de asilo espalhados por aí, à mercê de todo o tipo de predadores que aparentam ser pessoas. Calcula-se que cerca de um quarto do número total de refugiados, muitas sem adultos que velem por elas.
Nadia Nakhlé, realizadora de cinema de animação e autora de BD, conta-nos, numa novela gráfica com um desenho deslumbrante, a história de Amel (“esperança”, em árabe), que aos 12 anos, depois de perder os pais, tem de abandonar família, casa, terra para fugir à guerra. Os avós confiam-na a uma família que a faça chegar à Europa, para sua salvação. Esta surge sob a forma de um ex-soldado, tocador de oud, também ele em fuga. Les Oiseaaux ne se Retournent Pas, Delcourt, Paris, 2020.


segunda-feira, 11 de maio de 2020

Lou Velvet

Com um ar nonchalant, óculos escuros, barba de três dias, cigarro ao canto da boca, raciocínio rápido, frases cortantes, Lou Velvet é um investigador privado nos quadradinhos deste país; nome de guerra de um indígena, que, a crer no próprio, em resposta repentista, bem pode encobrir a estrambótica identificação civil de Laudemiro Cebola, pouco consentânea com tão estilosa personagem. Estamos em crer que, apertado pela Judiciária, a boca ter-lhe-á fugido para a verdade, ou não fosse o criador (José Carlos Fernandes, Loulé, 1964) desta criatura um homem do Algarve, região que disputa com a Madeira o top de nomes inenarráveis da onomástica nacional... Laudemiro, pois, transmudado no fúlgido Lou Velvet, homenagem a Lou Reed (1942-2013), a quem dás ares, e aos Velvet Underground.

Tempos houve, antes da pandemia, em que os lugares turísticos ficavam às moscas durante a época baixa. Mesmo assim, o dono do Hotel Flor de la Mar, contrata o luzido Lou para garantir a segurança dos poucos hóspedes daquele hotel à beira-praia dum a estância balnear algarvia, não nomeada, mas, muito provavelmente, Quarteira. Tudo parecia prometer um tédio Covid-19, até chegar um grupo excursionista sénior de associados do Clube de Remo de Wilhelmshaven, velhotes pouco simpáticos sobre os quais recai, como maldição a cumprir-se, um assassino que paulatinamente vai eliminado-os. A PJ, aqui a fazer o papel de incompetente, toma-o por suspeito número um, num interrogatório em que, quem dispara provocações é o interrogado Lou. Este, felizmente, vê os pundonores desagravados pela perspicácia de detective que põe as mão na massa. O final não é surprendente, mas o relato termina em vinheta digna de outras personagens modelares, cujo perigo é também a sua profissão: Mortadelo e Salaminho...
Em “(À suivre)”, Lou é contratado para fazer a segurança de um festival de banda desenhada. Vêmo-lo, profissional brioso, aprofundando os seus conhecimentos da matéria, folheando um volume de “Le Déclic”, dum tal Marara. Aliás, Fernandes dá aqui vazão ao gosto de brincar com nomes e palavras: de Moelius – quem não o conhece? – a personagens como o Senúpe, Capitão Kadok, R. G. Tantan Michel Vilain ou Raspa arqui-inimigo de um célebre marinhairo de La Valetta. A verdade é que Lou falha redondamente a missão que lhe foi confiada: diante dos nossos olhoos pasmos, desfilam os cadáveres assassinados de Tintin, Spirou, Michel Vaillant, Obélix, Lucky Luke, Castafiore grita e parte a loiça, até que é demascarado um célebre rato, que não é o Mickey, vingando a rendição de personagens outrora dignos aos ditames dos mercados, esses vilões da vida real. Mas, felizmente, tudo fora um sonho induzido por uma botelha de 'jack daniels'. Tudo acaba bem? Não! Enquanto Lou se cozia de onirismos, oito “valiosíssimas pranchas de 'Histrix, o gaulês'” haviam sido roubadas. Má sorte de Laudemiro. Mas, se não foi o Mickey, quem foi assassino? Mire-se a vinheta lá em cima…

Lou Velvet em Época Morta e (À Suivre)
texto e desnhos: José Carlos Fernandes
Edições Polvo, Lisboa, 1997

domingo, 10 de maio de 2020

Joaan Sfar

Desenhador compulsivo, homem dos sete ofícios, romancista, argumentista, realizador (Gaisnsbourg – Vida heróica, 2010)entre nós conhecido pela adaptação de O Priincipezinho e da série O Gato do Rabino, Sfar adaptou para BD o seu próprio romance, Le Niçois (2016). Jacques Merenda e a sua querida, Loulou Crystal, arrancam de Nice rumo a Paris, onde irá decorrer a Fashion Week. O plano é roubar as jóias de uma tal Kim Kestéchian. Edição Dargaud.

sábado, 9 de maio de 2020

BD checa

Jirí Grus, Dzian Baban e Vojtech Masek assinam um álbum de fantástico medieval. Pavel e Mkulas, servos de Sire Albrecht, nobre boémio do tempo do duque Ulrich (século XI). Deambulando por locais ermos nas margens dum bosque, descobre um alegado covil de um dragão. Locais de bestiário pressentido e evitado pelos aldeões, será a altura de dominar o medo e fazer frente ao animal demoníaco. Edição Casterman.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

adeus ao alcatrão

Em cenário pós-apocalíptico, dois jovens irmãos deixam a cidade onde vivem, montados numa escavadora, em busca de cenário mais apaziguador. O que se lhes irá deparar, ao contrário do prevista, é ainda mais desolador, em todos os sentidos. Uma BD pesada, executada por um jovem autor cujo traço lembra Robert Crumb. Thomas Verhille, Ciao Bitume, edição: 6 Pieds sur Terre.


segunda-feira, 4 de maio de 2020

a poesia dos quadradinhos - #8 José Pascoal

ALPENDRE

Aqui estou,
Aqui sou,
À sombra de sombras,
O carro de bois,
A albarda do burro,
O balouço na trave,
O cepo onde me sentava
A ler aventuras
De príncipes valentes,
Espadachins violentos,
Corsários coloridos,
Vaqueiros solitários,
Detectives privados,
Poetas do sol-posto.

José Pascoal, Branza, Lisboa, Editorial Minerva, 2019.


Príncipe Valente, por Hal Foster

sexta-feira, 1 de maio de 2020

maravilhas

Por suposta previsibilidade ou viver pouco suportável e inquietante ansiedade, a realidade parece ser algo que não se nos adequa: das cosmogonias genesíacas aos mitos fundadores, das ilhas maravilhosas aos universos alternativos – o que é a Utopia, de Thomas Moore senão uma e outra coisa? –, o homem nunca se resignou aos limites impostos pela natureza e pelas circunstâncias. O livro de hoje, Pandemonium à Paragusa, que dá início às deambulações de duas novas personagens, Colt & Pepper, situa-nos numa remota América do século XVII, e pertence ao subgénero do maravilhoso com enquadramento histórico. A terra fora colonizada por estranhas criaturas, vindas não se sabe bem de que universo, muitas antropomórficas, outras com as suas características próprias, mas a convivência de todos faz-se naturalmente.
Samuel Culpepper, “Pepper” para os amigos, é o capitão da guarda em Paragusa. Militar maduro à beira de gozar as delícias da aposentação, chefia as forças que protegem Domiciano, o “jovem duque”, que ajudou a elevar ao poder, destronando o “velho duque”. Mas há contestação e Pepper vê-se metido numa terrível encrenca quando percebe que Coltrayne, filho de sua irmã, é um dos jovens que se rebelam e pedem a cabeça do duque, auxiliados por Ossus, o feiticeiro mais poderoso daquelas paragens. Evocando a memória familiar, Pepper não hesita em salvar o sobrinho, pondo-se fora da lei, a escassos dias da sonhada reforma. O álbum, primeiro de uma série, decorre em três partes: das ruas, masmorras e salões de Paragusa, a uma taberna frequentada por gente do mar, na aldeia piscatória de Reed Cove, culminando no Bois de Bouleaux, ou bosque das bétulas, onde é possível encontrar as almas dos que já morreram. (Os bosques foram sempre tidos, nos tempos pré-modernos, como lugares ameaçadores, coio de marginais, bruxas, monstros e outras criaturas estranhas, lembremos os Irmãos Grimm…) Para franquear a entrada, há que responder a um enigma do guardião, resposta que terá de ser aprovada pelo irmão – uma criatura de pesadelo que lhe está colada às costas.
Os autores, a dupla croata Darko Macan (Zagreb, 1966) e Igor Kordej (Zagreb, 1957), têm incursões bem sucedidas nos comics (do Incrível Hulk ao Pato Donald, de Tarzan a Star Wars). Na frente franco-belga, Macan e Kordej assinam também um western, Marshal Bass, igualmente publicado pela Delourt.
Tratando-se de uma série, diremos apenas que o argumento de Macan se apresenta com os ingredientes do maravilhoso: lugares malditos, lugares mágicos, lugares comuns... numa narrativa em que homens e criaturas de todas as formas interagem. O traço de Kordej espalha-se por mil e um pormenores e torna-se deleitoso de ver num splash (prancha com uma só vinheta), recurso utilizado para a abertura de cada um dos capítulos: exímio como fisionomista, inventivo e generoso no detalhe.

Colt & Pepper – Pandemonium à Paragusa
texto: Darko Macan
desenho: Igor Kordej
edição: Delcourt, Paris, 2020