quarta-feira, 29 de setembro de 2021

da pós-história à história


 

31 de Dezembro de 999: na Abadia de Cluny, reino de França, o monge copista Armen da Cilícia lida com as suas iluminuras do Livro de Apocalipse, quando vê com horror cumprir-se a profecia milenarista ali contida: do céu em fogo despenha-se sobre a Terra uma chuva de meteoritos incandescentes, destruindo quase toda a vida existente. Os poucos humanos sobreviventes acolhem-se em grandes grutas, único abrigo que permitirá à espécie uma sobrevivência precária, durante um longo período que ficará conhecido como a Era da Escuridão. Milhares de anos hão-de passar até os raios solares penetrarem a atmosfera, a Natureza retomar os seus direitos e os grupos de sapiens se permitirem enfrentar as planícies. Estamos, pois, no Futuro, as espécies mudaram, porém o figurino humano é similar ao da Idade dos Metais e às tribos celtas. É a Idade Perdida, a Pós-História.

Na terceira cena deste primeiro tomo de Les Âges Perdus, um grupo de guerreiros, batedores do seu clã, liderado por Primus de Moòr, vagueia na planície da Ânglia. O desconhecimento da agricultura impõe o nomadismo, os homens sempre no encalço das manadas e dos despojos dos monstruosos “esfoladores”, uma derivação de ursos com agilidade de grandes símios, predadores a que se juntam matilhas de lobos dentes-de-sabre, bovídeos descomunais ou aves de rapina em regressão saurópode... O único refúgio nos planaltos corridos pelas manadas resume-se agora a umas fortificações precárias adstritas a cada clã, e cuja utilização por outro grupo obedece a um protocolo, cuja não observância é entendida como ultrajante. Acompanhado da filha, Elaine, Primus tem uma notícia a dar, após observação continua e experiências de cultivo nas últimas vinte estações: existem grãos dum cereal (o trigo), que podem lançar-se à terra e periodicamente colher-se, transformando-o em alimento. Há muito que transporta pergaminhos cujos sinais não consegue compreender, mas as imagens do quotidiano, dos trabalhos dos campos, fragmentos de um livro de horas medieval, são vestígios da sociedade humana antes da Era da Escuridão, e uma evidência de que já se vivera de outro modo, sem a condenação de correr eternamente atrás da caça, à mercê das feras e dos caprichos do clima. A sedentarização era possível, e Primus pretende partilhar o saber com os clãs. A História entra de novo, timidamente, na narrativa com estas iluminuras, e o guerreiro intui que estes signos foram produzidos ainda antes daquele tempo obscuro, e será possível talvez encontrar algo nas ruínas desses edifícios que informe de como era então a vida. Mas há quem não aceite essa interferência nos pelouros dos deuses, e não leve a bem encontrar o fortim que lhe pertencente ocupado por outra tribo, uma ofensa que terá de ser lavada com sangue. A história acabará mal, A Elaine e dois guerreiros, sem futuro na região, resta ir para Sul, atravessar o Canal, cumprindo o desejo do pai.

O entrosamento de texto e desenho é bastante conseguido. Jérôme Le Gris e Didier Poli são autores experimentados, também no cinema, animação e jogos de vídeo.


Les Âges Perdus – 1. Le Fort des Landes

texto: Jérôme Le Gris

desenhos: Didier Poli

edição: Dargaud, Paris, 2021

«Leitor de BD»

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Spirou, filho de sua mãe



Nunca pouparemos as loas devidas ao trabalho que Émile Bravo tem vindo a fazer com Spirou desde 2008, em Le Journal d'un Ingénu, e agora os quatro tomos de L'Espoir Malgré Tout, tendo por cenário a Bélgica sob ocupação alemã. Em entrevista a propósito da pré-publicação em curso, o jornalista refere-se à “masculinidade destituída de toda a virilidade” do jovem groom, entrando no campo pantanoso em voga, até porque virilidade e machismo não são propriamente sinónimos. A preocupação de Bravo é a de densificar o carácter ético da personagem, tornando-a num modelo de humanidade para os leitores jovens. Aquela observação fora suscitada pela recusa do autor em pôr armas nas mãos do amigo de Fantásio, e a resposta é deveras interessante: “Spirou, pela sua educação, deveria estar impregnado de ideias-feitas sobre o que é suposto ser homem; mas como por natureza é possuidor de uma grande sensibilidade e uma alma muito feminina, essas ideias encontram oposição, fazendo com que se interrogue. O que faz dele um herói à-parte: ousar o humanismo em tempo de guerra.” Como discordar? Nenhum homem está completo sem essa sensibilidade feminina, que fará de cada um filho de sua mãe. Mas, claro, sem deixar de ser homem. Spirou #4343, Marcinelle, 7 de Julho de 2021.


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Champignac encontra Hitler


Temos visto como a editora de Spirou vai enriquecendo o filão do universo do simples groom, dotado de coragem e ética em tudo semelhante ao seu “rival”, Tintin. O velho sábio, o conde Pacómio de Champignac, criação de Franquin e Jean Darc em 1950, tem agora a juventude recriada por BéKa, com desenhos de David Etien, passada durante a II Guerra Mundial; e esta nova abordagem faz-se com um pressuposto aliciante: Champignac participou de alguma forma em todas as grandes realizações e descobertas científicas do seu tempo. Depois de no álbum inicial, Enigma (2019). conhecermos o contributo para o esforço dos Aliados, ao lado do célebre Alan Turing, no trabalho de desencriptação dos códigos nazis, e de uma jovem escocesa por quem se apaixona, Blair McKenzie, Pacómio, neste segundo tomo, recebe uma mensagem em código de cientistas belgas seus amigos, um químico e um biólogo, forçados a trabalhar para os alemães. Resgatá-los em Berlim será uma arriscada missão, levando o casal a cruzar-se com alguns protagonistas do III Reich, incluindo um certo “paciente A”, viciado em pervitina, uma droga desinibidora... Champignac – Le Patient A, texto de BéKa, desenhos de David Etien, edição Dupuis, Marcinelle, 2021.

«Leitor de BD»

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Bob Morane através dos séculos


Civilizações esquecidas, selvas inexpugnáveis, vales perdidos, tesouros por resgatar, ilhas não assinaladas, o espaço sideral... ao cabo de 62 anos de BD, em todos esses lugares Bob Morane já esteve. E até no passado... Oriunda da literatura de entretenimento – o primeiro romance de bolso publicou-se em 1953 –, Bob Morane, personagem criada por Henri Vernes (Ath, Valónia, 1918) tem os seus indefectíveis, embora entre nós o acolhimento nunca tenha sido significativo: dois álbuns na Editorial Íbis e publicações em revistas, nomeadamente no semanário Tintin. Depois de mais de 200 álbuns – o próximo será publicado no fim do Verão pela Soleil –, Vernes mantém, aos 103 anos, um droit de regard sobre a série – mas apenas de autoridade, uma vez que alienou os direitos –, como indica a existência do prefácio que assina em Les 100 Démons de l'Ombre Jaune, argumento de Christophe Bec e Éric Corbeyran, com desenhos do italiano Paolo Grella, que sucede a nomes como Dino Attanasio (futuro criador, com Goscinny, de Il Signore Spaghetti), Forton, Vance, Coria e Leclerq.

O álbum que fomos buscar, A Espada do Paladino (1967), oitavo da série e primeiro em Portugal, tem desenhos de Gérald Forton (Bruxelas, 1931). Num tempo em que os quadradinhos estavam a mudar – Corto Maltese, Martin Milan, Valérian apareceram nesse ano –, o registo é o da pura aventura sem grandes introspecções. No entanto, quem teve a sorte de lê-lo na idade certa, guarda uma volúpia de encantamento e descoberta: o vigor dos desenhos, as vinhetas de margem a margem, mesmo que de pequenas dimensões, os pormenores, as cores suaves, dão brilho a uma narrativa já de si empolgante,

O major Morane repousa da última aventura junto dos índios apaches, na companhia do indefectível parceiro, Bill Ballantine, escocês um pouco telhudo, dotado de força hercúlea e permanente apetência por uísque, quando é procurado pelo Prof. Hunter, criador de uma máquina do tempo, cujo ensaio experimental pretende seja feito pela parelha. Há sempre um cientista visionário nestas histórias, assim como um agente a soldo de qualquer potência, prestes a sabotar ou a apropriar-se de planos secretos. Pondo-se à socapa dentro do engenho, eis que o trio é transportado, sem saír do mesmo lugar, para o século XIV, no período da Guerra dos 100 anos, Surge então a bela condessa Yolande de Mauregard, vítima da lenda negra que a dá como descendente do homem que traiu Carlos Magno no estreito de Roncesvales, dizimando a rectaguarda comandada por Rolando. Aqui, a narrativa segue a tradição, pondo os mouros no lugar dos atacantes, quando na verdade quem dizimou os francos foram os bascos, esses verdadeiros irredutíveis... Para alguma coisa a máquina do tempo teria de servir, e assim Morane e Ballantine recuam a 778 para pôr tudo em pratos limpos com o founding father da Europa, e isentar a donzela do opróbrio... Pelo meio algum humor: involuntário, como a máquina do Tempo avistando a cavalaria franca; ou propositado: o inimigo de Morane de armadura e cota de malha com a cabeça coberta por um borsalino – o que não deixa de ser um achado.


Uma Aventura de Bob Morane – A Espada do Paladino

texto: Henri Vernes

desenhos: Gérald Forton

edição: Editorial Íbis, Amadora, s.d.

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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

a princesa que cheirava mal




Raowl é uma personagem que o público português ainda desconhece. Canídeo indefinível, é um estrénuo defensor de princesas em apuros. Por elas enfrenta bruxas e lobisomens, dragões e ogres, o bestiário medieval inteiro, esperando no fim da acção a recompensa de um casto beijo. Depois de A Bela e o Horroroso (2019), Tebo (Caen, 1972) dá um novo mergulho no romanceiro tradicional, recriando com genial perversidade e competência agora a história de “Pele de Burro”, conto recolhido por Perrault e pelos Irmãos Grimm. O incesto, tema original, está aqui matizado: a princesa com pele de asno não foge apenas porque o rei, seu pai, com ela se quer casar, mas também por que pretende que ela tome banho, dado o fedor que emana. Quando o pai resolve consorciar-se com outra mulher, estava Pele de Burro convencida que os tormentos iriam terminar; porém, a nova consorte é uma maníaca da higiene... Raowl – Peau d'Âne, la Princesse qui Pue, edição Dupuis, Marcinelle, 2021.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

mais Tex


 

A fazer o seu caminho na edição portuguesa, O Homem das Pistolas de Ouro é um novo livro do ranger, agora publicado pela editora A Seita. Com uma espera de vinte anos, um ser carregado de vingança quer ajustar contas antigas, carregando uma lista em que figura Kit Carson, velho e inseparável amigo de Tex. Argumento de Pascuale Ruju, desenhos do sérvio r. m. Guéra.

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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

da continuidade das séries


 

É escasso o número de séries populares dos quadradinhos que não tenham continuidade após o autor dar por findo o seu trabalho. Nos Estados Unidos é a regra, apesar dos Peanuts e de Calvin and Hobbes. O mesmo, não sendo inteira novidade, está a ocorrer na BD francófona. Tal pode trazer do melhor, seja os Batman de Frank Miller, Alan Moore, Grant Morrison, Jeph Loeb, ou os Spirou, de Jijé e Franquin a Tome & Janry; mas com ela poderá vir o descalabro, como sucedeu com o pobre Homem-Aranha, com tantas identidades e universos ficcionais que só um iniciado sabe quem é quem. O vil metal não respeita nada nem ninguém, muito menos um super-herói. Na tradição europeia, não chega tentar fazer igual. É por isso que o Spirou de Émile Bravo ou o Lucky Luke de Matthieu Bonhomme, escavando e redefinindo, têm pouco que se lhe compare.

Quando, há pouco mais de um ano, escrevemos sobre o tomo I de Black Program, de “As Novas Aventuras de Bruno Brazil”, por Aymond e Bollée, fazíamos votos para que os autores com a árdua tarefa de pegar no trabalho de Greg e William Vance ousassem ir além do epigonismo. Encerrado o segundo e último tomo, essa expectativa não foi completamente satisfeita. O argumento procura explorar os traumas da “Brigada Caimão”, substancialmente chacinada quando os criadores decidiram terminar a série, em Tudo ou Nada para Alak 6 (1977). O relacionamento entre os sobreviventes, alguns com sequelas físicas graves, outros com mazelas psicológicas, revela-se o aspecto mais interessante desta também sequela de BD. O nosso olhar adolescente persiste, e não acolhe como gostaria esta segunda vida de Bruno Brazil; o acumular de leituras e anos de vida tolera mal a ocorrência de visionários enlouquecidos que detêm meios que talvez nem as próprias super-potências militares disponham, numa série apesar de tudo com um de cunho realista, e, além disso, os riscos de Vance são difíceis de substituir.

Uma base secreta algures no Mato Grosso esconde um delirante ex-astronauta de uma missão secreta a Marte, realizada em 1973. O homem, que pisara o planeta vermelho, com o adn carregado de gigas de dados sensíveis, crê-se investido de uma missão superior de salvamento da Humanidade em perigo. Ali comanda centenas de acólitos (pois duma espécie de seita de trata), em que se encontram cientistas e outra gente impecavelmente caucasiana, incluindo um corpo de segurança armada, num esconderijo que alberga novíssima tecnologia, nomeadamente uma nave que lembra um space shuttle, levantando e ocultando-se na brenha amazónica. Enfim, para isso já tínhamos a “fortaleza da solidão”, no Árctico, ou as expedições a civilizações perdidas, para onde Carl Barks costumava mandar os seus patos. Com o Super-Homem ou o Tio Patinhas podemos proceder à suspensão temporária da descrença; assim, não é carne nem peixe. No entanto, com um desenlace em aberto, pode ser que haja oportunidade para corrigir o trajecto, ou não.


Bruno Brazil – Black Program – t.2

texto: Laurent-Frédéric Bollée

desenhos: Philippe Aymond

edição: Gradiva, Lisboa, 2020

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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

ele tinha o blues



Barry Brown é um vulgar condutor de autocarros, pai extremoso, marido atento e dedicado. Mas Barry não foi sempre assim: lá para trás, havia uma voz e uma guitarra que um dia emergem depois de um encontro com um antigo produtor. E é então que Barry Brown resgata o velho instrumento do sótão e se reencontra, encarando as luzes e as sombras do passado. Aqui, o blues é um fado. De Raúl Ariño (Barcelona, 1979), Bluesman, edição Nuevo Nueve, Madrid 2020.

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domingo, 5 de setembro de 2021

a partir de Quevedo


O Burlão nas Índias pretende prosseguir as aventuras de Don Pablos, o protagonista do romance picaresco de Quevedo, Historia de la vida del Buscón, llamado Don Pablos, ejemplo de vagamundos y espejo de tacaño, publicado em 1626, em Saragoça. O argumentista Alain Ayrolles juntou-se ao desenhador Juanjo Guarnido (Blacksad), cujo apelativo traço disneyesco veio a calhar para mostrar um simpático patife em périplo pelas Índias Ocidentais. Edição Ala dos Livros, Benavente, 2021.

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sábado, 4 de setembro de 2021

Lena



Uma série de ficção pelos bastidores da política internacional novecentista, assinada por Pierre Christin, o criador de Valérian, Agente Espácio-Temporal, e desenhos doutra coqueluche da BD da actualidade, André Juillard. Edição integral na Arte de Autor, Estoril, 2021.

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Tex levanta problemas


 


Passada a fase do saque, escravização e evangelização forçada dos primeiros séculos pelos conquistadores europeus, a atitude genérica em face dos nativos do continente americano passou a ser a da submissão. De preferência com pazes feitas e tratados assinados, naturalmente obliterados à primeira necessidade ou conveniência, pois a colonização a tal obrigava. A partir do século XIX, o Euromundo triunfante começou a pretender “civilizá-los”, desconhecendo ou desdenhando das culturas autóctones de forma profunda, sempre complexas, umas delicadas, outras nem por isso. Foi apesar de tudo um progresso: deixou de considerar-se o outro como desigual, não sendo mais eticamente tolerável uma prática de tiro ao índio, visto como selvagem irredutível, ou mesmo semi-homem. No entanto, à medida que essas sociedades foram sendo estudadas, ganhava peso, a partir de meados do século passado, uma outra perspectiva, de sinal oposto: os “índios” deveriam ser deixados intocados, à margem do resto da humanidade, descontaminados da dinâmica das sociedades do “homem branco”. Mesmo que bem intencionada, vamos admitir, essa posição, que ainda hoje vence em largos sectores da academia, não apenas pretende parar o vento com as mãos, sendo por isso inútil, como se arroga um outro tipo de superioridade, como se as tribos ali estivessem como sujeitos de observação laboratorial, redundando numa espécie de paternalismo do avesso.

Esta questão maior – que na literatura portuguesa é tratada com equilíbrio por Ferreira de Castro no seu último romance, O Instinto Supremo (1968) – surge-nos com acuidade no livro de hoje, uma narrativa de Tex, intitulada Patagónia. O ranger, que é simultaneamente chefe navajo, com o nome de Águia-da-Noite, é chamado por um amigo argentino, militar que conhecera no México, e que no seu país pertence a uma das facções que se digladiam, também quanto ao tratamento reservado aos povos nativos: o diálogo, trazendo-os à “civilização”, ou as expedições punitivas contra os insubmissos, neste caso uma parte da tribo pehuenche, pertencentes à nação mapuche.

Trata-se de uma obra maior dos fumetti, os quadradinhos italianos, e um encontro entre um senhor argumentista, Mauro Boselli (Milão, 1953) e um dos grandes desenhadores da BD europeia da actualidade, Pasquale Frisenda (Milão, 1970), resultando num enlace perfeito. A narrativa é poderosa, encorpada, sem palha, fugindo aos lugares-comuns, mesmo que aqui e ali possa incorrer em algum anacronismo, surgindo Tex como personagem densa, sempre guiado pela ética, mas mais rugoso (mais verosímil...), Frisenda, extraordinário no preto e branco como no sfumato, fez uma estupenda leitura gráfica do texto de Boselli, valorizando a trama. O início, o assalto a um fortim, e o fim, uma espécie de Termópilas nas pampas, têm um gosto épico que se guarda na memória. No conjunto, um livro para saborear, vagarosamente.

Tex – Patagónia

texto: Mauro Boselli

desenhos: Pasquale Frisenda

editora: Polvo, 2.ª edição, Lisboa, 2018.

«Leitor de BD»