segunda-feira, 20 de setembro de 2021

a princesa que cheirava mal




Raowl é uma personagem que o público português ainda desconhece. Canídeo indefinível, é um estrénuo defensor de princesas em apuros. Por elas enfrenta bruxas e lobisomens, dragões e ogres, o bestiário medieval inteiro, esperando no fim da acção a recompensa de um casto beijo. Depois de A Bela e o Horroroso (2019), Tebo (Caen, 1972) dá um novo mergulho no romanceiro tradicional, recriando com genial perversidade e competência agora a história de “Pele de Burro”, conto recolhido por Perrault e pelos Irmãos Grimm. O incesto, tema original, está aqui matizado: a princesa com pele de asno não foge apenas porque o rei, seu pai, com ela se quer casar, mas também por que pretende que ela tome banho, dado o fedor que emana. Quando o pai resolve consorciar-se com outra mulher, estava Pele de Burro convencida que os tormentos iriam terminar; porém, a nova consorte é uma maníaca da higiene... Raowl – Peau d'Âne, la Princesse qui Pue, edição Dupuis, Marcinelle, 2021.

«Leitor de BD»

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