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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

o regresso de Thorgal

 

Substituir Rosinski e Van Hamme não é fácil, mas Yann também não é um argumentista qualquer e Fred Vignaux, além de poder contar com a supervisão do mestre polaco, já pertence à equipa da séria paralela “Les Mondes de Thorgal”. Neste 38.º tomo da série, Louve, filha do viking extraterrestre e de Aaricia, que tem o dom de comunicar com os animais, é raptada e levada para a ilha de Kalsoy, no arquipélago das Faroés, cujos habitantes vivem subjugados pelo medo das Sélquias, monstros marinhos de formas humanóides femininas, e pelos tributos autoimpostos pelo terror que sofrem. Thorgal – La Sélkie, Le Lombard, Bruxelas, 2020. Um álbum a que voltaremos.

«Leitor de BD»

quinta-feira, 5 de março de 2020

Integrais

Há muito que uma das estratégias das grandes editoras de BD é a publicação da edição integral das séries mais emblemáticas, juntando vários álbuns num único volume. Outro tipo de edição integral é a dos Peanuts, de Charles M. Schulz (Afrontamento), uma vez que estamos a falar de reunião de material publicado inicialmente em tiras de jornal. Quanto à BD franco-belga, em curso de publicação: Blueberry, de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud (tomo 9, Dargaud), Bob Morane, de Vernes e Coria (Le Lombard, t. 14); Capricorne, de Andreas (t.2, Le Lombard); Magasin Géneral , de Loisel e Tripp (Casterman, 2 tomos), Martin Milan, de Godard (Le Lombard, t. 3), Nestor Burma, de Malet e Tardi (Casterman, tomo único), Thorgal, de Rosinski e Van Hamme (preto e branco, Le Lombard, t. 5); Vasco, de Chaillet (Le Lombard, t.9). Entre nós, a Arte de Autor acaba de lançar o segundo volume a preto e branco do western de Hermann e Greg, Comanche.


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

História e BD

Os quase 900 anos de História de Portugal são uma mina que a BD por cá aproveitou quase sempre para obras de teor essencialmente didáctico, mas de pouco brilho narrativo. O que não seria, se este filão fosse aproveitado por argumentistas da craveira de Charlier, Greg ou Van Hamme, que por cá não houve, não se sabe bem porquê? Há excepções, claro; e uma delas foi a do saudoso Jorge Magalhães (1938-2018), que fez o que pôde. Em Giraldo o Sem Pavor (1986), Magalhães deixa brilhar um talento com 20 anos, à data da elaboração destas páginas: José Projecto (Évora, 1962), apregoado e evidente admirador de desenhadores como Auclair, Rosinski e Segrelles.
Geraldo Geraldes, “o Sem Pavor”, é uma dessas figuras reais cobertas pelo mito, uma das muitas personagens dum passado a pedir autores. Cavaleiro nobre, mercenário, chefe de salteadores, quando lhe convinha guerreava ao lado dos mouros contra os cristãos como ele. Praticante do fossado, incursão relâmpago no reduto inimigo, tinha, qual guerrilheiro, rectaguardas inexpugnáveis.
Estamos diante duma caça ao homem: depois de matar um cavaleiro de D. Afonso Henriques, Geraldo é perseguido até alcançar refúgio entre os sicários que comanda, não sem antes pernoitar numa casa isolada, onde uma mulher o aguarda. Um pretexto para desenhar cenas de combate, belas figuras humanas e animais de vário tipo, algo que Projecto faz com verificável gosto e competência.
José Projecto & Jorge Magalhães, Giraldo o sem Pavor
 edição: Futura, Lisboa, 1986