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quinta-feira, 5 de março de 2020

Integrais

Há muito que uma das estratégias das grandes editoras de BD é a publicação da edição integral das séries mais emblemáticas, juntando vários álbuns num único volume. Outro tipo de edição integral é a dos Peanuts, de Charles M. Schulz (Afrontamento), uma vez que estamos a falar de reunião de material publicado inicialmente em tiras de jornal. Quanto à BD franco-belga, em curso de publicação: Blueberry, de Jean-Michel Charlier e Jean Giraud (tomo 9, Dargaud), Bob Morane, de Vernes e Coria (Le Lombard, t. 14); Capricorne, de Andreas (t.2, Le Lombard); Magasin Géneral , de Loisel e Tripp (Casterman, 2 tomos), Martin Milan, de Godard (Le Lombard, t. 3), Nestor Burma, de Malet e Tardi (Casterman, tomo único), Thorgal, de Rosinski e Van Hamme (preto e branco, Le Lombard, t. 5); Vasco, de Chaillet (Le Lombard, t.9). Entre nós, a Arte de Autor acaba de lançar o segundo volume a preto e branco do western de Hermann e Greg, Comanche.


quarta-feira, 7 de agosto de 2019

BDteca - Didier Daeninckx e Jacques Tardi, VARLOT SOLDADO (1999): Desenhar a morte

Jacques Tardi (n. 1946) é um dos mestres da banda desenhada europeia, um estilo único; mais do que herdeiro da linha clara de Hergé e Jacobs, foi alguém que a transfigurou, tornando-a marca pessoal imediatamente reconhecível. Neto de um soldado das trincheiras, a Grande Guerra é um tema obsidiante neste autor, que, logo no verso do frontispício, avisa-nos ao que vem: «Tenho a impressão de que não podemos fugir à guerra. Mesmo nós, mesmo hoje. / A guerra que mostro não é mais que o décor de 14-18, os uniformes. / Acho que continua actual, o que me inquieta.» Neste álbum, com argumento do romancista Didier Daeninckx (n. 1949), a insanidade da carnificina do conflito mundial de 1914-18 aparece carregada na sua crueza pela utilização magistral do preto e branco, com terra e carne humana retalhadas pelos projécteis arremessados por todas as bocas de fogo, abrindo crateras no lamaçal da Flandres. Duas vinhetas por página são quanto basta para a respiração do texto de Daeninckx: «Uma tonelada de pólvora da casa Krupp destruiu tudo: os mortos, o pelotão, a pocilga onde nos tinham fechado.» A trama, sendo simples, é rica, explorando os quiproquós em que a comédia humana é fértil, aqui exponenciados pelos desencontros da guerra, à rectaguarda: o hospital de campanha, o bordel, os desertores com destino marcado. (Edições Polvo, 2001)




terça-feira, 16 de julho de 2013

50 álbuns: 1. Tardi, ADÉLE E O MONSTRO (1976) -- lembro-me de Rascar Capac

Um panorama geral nocturno do Museu Nacional de História Natural, em Paris, por baixo a galeria de paleontologia. Hoje, 2013, um museu dentro do museu. (Eu já lá estive, e até me deparei com a vera efígie da especiosa Adèle Blanc-Sec). Estamos, porém, a 4 de Novembro de 1911. São onze e quarenta e cinco da noite. O ambiente é soturno. Tardi aproxima-nos, vinheta após vinheta, de um «Ovo de pterodáctilo (Fim do Jurássico) 136 milhões de anos. Ovo que começa a apresentar fissuras, para irromper na segunda prancha, dentro de uma vitrine que, ao quebrar-se nos prega um susto e faz lembrar uma outra, do arrepiante Rascar Capac (As Sete Bolas de Cristal). Adèle e o Monstro, pranchas 1-2.