Em
1955, Franquin estava em conflito com o editor Charles Dupuis,
proprietário da revista Spirou.
O autor criara já alguns dos maiores títulos da aventuras do jovem
groom,
como Os Herdeiros
e O
Roubo do Marsupilami.
Na revista concorrente, Tintin,
Raymond Leblanc, homem da Resistência belga que deu o braço a Hergé
no pós-Guerra, torcia o nariz à circunspecção em demasia do
hebdomadário, faltava-lhe humor. Estava, pois, criada a oportunidade
para Franquin trabalhar na revista de Hergé e Jacobs.
Modeste
et Pompon, série
discreta mas importante para o desenvolvimento
do percurso do
seu criador, gira em torno do irascível Modesto, a namorada Pompom,
contraponto de bom-senso, de Félix, um vendedor de inutilidades,
além de três sobrinhos pestes -- condimentos para diversas
peripécias de grande comicidade. É aqui que Franquin ensaia os
esquemas insanes que depois iremos encontrar em Gaston
Lagaffe,
já de volta à Spirou;
mas poderemos também vislumbrar algumas situações que viria a
explorar nas Ideias
Negras,
expressão do seu lado mais sombrio.
A
série foi continuada por Dino Attanasio (co-criador, com Goscinny,
de Il Signor
Spaghetti),
Mittëi (O
Incrível Désiré),
entre muitos outros, com várias perninhas de alguns dos maiores
autores do tempo: Peyo (Schtroumpfs),
Tibet (Ric
Hochet, Chick
Bill), Greg
(Achille Talon,
Bernard Prince,
Comanche),
Van Hamme (História
sem Heróis,
XIII),
Godard (Martin
Milan)…
Modesto
e Pompom
texto
e desenhos: Franquin
edição:
Asa, Porto, 2005
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