Jeff
Smith (The Rocks, Pensilvânia, 1960) integrou cedo a família de
autores que criam o que gostariam de fruir, talvez farto das oferta
corrente (mutantes e outras criaturas de várias cores em
remultiplicação infinita). As influências são as dos velhos
comics,
de Walt Kelly (Pogo)
a Carl Barks (Tio
Patinhas), mas também
Moebius. Will Eisner, entusiasmado, falou de Herriman (Krazy
Kat); outros
referiram-se a Schulz (Peanuts)
– tudo gente de alto coturno, a que se juntam referências
literárias (Mark Twain, Tolkien), para não falar do cinema (Star
Wars). Daqui e do mais
extraiu esta criação original que dá pelo nome de Bone,
publicada entre 1991 e 2004.
Mundo
à parte, em que o maravilhoso e o fantástico se conjugam, os Bones
são criaturas alvas como um osso de BD. Três primos estão na base
da série: Fone Bone, sensato e sensível, Phoney Bone, autoritário
e ganancioso, Smiley Bone, um simplório. Execrado e expulso de
Bonneville, Phoney leva consigo os dois parentes. Perdidos no meio
dum deserto não assinalado nos mapas, são assaltados por uma nuvem
de gafanhotos e dispersam-se. Fone Bone, a personagem principal, dá
por si numa superfície escalavrada, avistando ao longe uma
floresta – típico tópico de interdição e perigo – , com um
vale no centro. Aí vive uma pré-adolescente por quem Fone se
apaixona, chamada Thorne (‘Espinho’), com uma avó muito
peculiar, e também afáveis criaturas do bosque, além de horrendas
ratazanas do tipo pós-nuclear. Por todo o lado, um original dragão
da guarda faz aparições inesperadas; e à medida que o enredo se
intrinca, mais queremos entrar nesse estranho universo.
Fora
de Boneville
texto
e desenhos: Jeff Smith
edição:
Via Lettera, São Paulo, 2002
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